Coletivo Acadêmico Interdisciplinar da Saúde e II Círculo da Saúde
(post longo e desinterssante para não acadêmicos)
Antes de mais nada quero dizer que me sinto realizado e cada dia mais confiante na minha formação universitária. Não necessariamente pelos conteúdos que tenho visto em sala de aula neste final de semestre (que se resume a seminários apresentados por meus colegas, felizmente, alguns muito bons) mas sim por parte dos movimentos que tenho ajudado a construir e têm me construído. O Coletivo Acadêmico Interdisciplinar de Saúde (CAIS) é um deles.
Houve um momento em que a gestão passada do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSC, a Boas Novas, identificou um sério problema nos cursos da saúde: a discussão sobre saúde pública, humanização e SUS era escassa. Mesmo com muitos dos cursos das áreas da saúde já inclusos na política do Pró-Saúde (calouros que lerem isso, irei repetir sobre Pró-Saúde até grudar na cabeça de vocês), que foca um novo currículo e disciplinas que englobem a questão da saúde a discussão era pouca ou nula. O debate foi chamado e o auditório do CTC quase ficou cheio de estudantes interessados no tema saúde pública e universidade. Eis que pela iniciativa de alguns estudantes mais os palestrantes daquela data, surge a ideia e provável necessidade de se formar um grupo de formação, composto pelos Centros Acadêmicos dos cursos envolvidos com a saúde (Enfermagem, Nutrição, Psicologia, Medicina, Farmácia, Odontologia, Educação Física e Serviço Social) para que pudessem abordar melhor a questão do SUS e seus valores não só para os membros mas também para a comunidade universitária e relacionada ao tema através da realização de atividades que englobassem o assunto. Fui copitado a este movimento ainda quando estava na 1ª fase do curso pela maior militante da psicologia até hoje já vista. Dado meu interesse na psicologia como área clínica e de saúde mental não pensei duas vezes em me juntar a tal grupo. Logo na primeira reunião fui rapidamente acolhido pelos membros, que através de dinâmicas e uma forma totalmente diferente de conduzir reuniões de movimento estudantil (não tão rígida e engessada, mas suave e contínua de acordo com os membros e seu respeito) me colocaram no clima do CAIS. Não sou muito adepto deste tipo de reunião, confesso, ainda prefiro as coisas ordeiras e quadradas de vez em quando. Mas a sensação dentro do grupo era e é outra. O espaço do CAIS acabou por se tornar um dos espaços mais ricos do meu primeiro semestre na UFSC. As discussões iam desde as concepções de saúde de cada membro e comparação do currículo dos cursos da saúde até o SUS e sua abordagem de atenção primária. Era um prazer quase sexual, como dizia um antigo professor meu do cursinho, estar naquele espaço discutindo com futuros médicos, futuros psicólogos, futuros farmaceuticos... saúde, e um modelo transdisciplinar de se enxergar não apenas o tratamento mas também a promoção de saúde e principalmente a atuação na prevenção da doença. Como espaço de movimento estudantil e com a pauta riquíssima que a discussão de uma atenção primária nos traz foi sempre inevitável que chegássemos também na discussão de como nossa sociedade atual se organiza e como ela, atuando da maneira que está hoje, dificulta o processo da prevenção e da garantia de direitos básicos de existência para todos. Não satisfeito, o grupo do CAIS também realizava uma vez por semana reuniões de articulação, visando pensar atividades para estender nossas discussões sobre saúde para fora do nosso espaço do coletivo e trazer a reflexão dentro da universidade sobre seu papel formador e compromisso, no caso dos cursos de saúde, com a realidade da necessidade de se pensar saúde pública e SUS. Tendo este foco, o CAIS conseguiu no final de 2009.2 realizar o I Círculo de Saúde. A proposta do círculo era discutir o conceito de saúde com as pessoas presentes, visando ampliar e enriquecer tanto as nossas concepções de saúde quanto a dos outros. Foi feito um vídeo entrevistando discentes, estudantes e comunidade aonde eram indagados por perguntas que os faziam dividir a sua concepção de saúde. No encontro, como sempre, para dar o “clima de CAIS” foi realizada uma intervenção artística com uma das duplas mais excitantes da UFSC, o Poeta Cezinha e Pedro com sua maravilhosa sanfona. Após a intervenção foi exibido então o vídeo editado (com muito carinho e companheirismo dos membros por sinal) que atuou como disparador da discussão. Ainda em clima de CAIS, após o vídeo foram convidados todos os presentes a irem até a grama em frente aos CA's do CCS, e divididos em dois grupos, sentados em roda na grama, discutir o vídeo e o que era saúde para o grupo. A proposta final era a de uma apresentação artística, por parte do grupo resumindo a concepção elaborada de saúde. Um dos grupos optou por teatro; o outro; pela opção de expor através de desenhos os conceitos; e não pude deixar de maravilhar-me com o que assisti e ouvi nestes dois dias de círculo de saúde. No fim, todos fizeram desenhos com sua concepção de CAIS e saúde e colamos nas paredes do prédio do CCS (desenhos estes que ficaram por um bom tempo lá colados, por um milagre inexplicável ou talvez força do CAIS). Encerrou-se então o semestre de 2009.2 com grande sucesso para o CAIS e com muito conhecimento que pude adquirir com o grupo.
Reiniciamos então o semestre letivo, desta vez em 2010.1. O CAIS sofreu com a perda de alguns de seus membros iniciais e o grupo modificou-se: ainda assim, manteve-se em essência. Sempre pensativo e propositivo o coletivo tratou logo de adaptar-se com sua mais nova formação e reiniciar o vapor das discussões sobre saúde que sempre pairaram em 2009. Não demorou muito tempo para que o CAIS voltasse com suas riquíssimas discussões sobre saúde (grande maioria, senão todas, muito superiores do que a maior parte das aulas que tive neste semestre em termos de gerar conhecimento para mim) contando agora com novos membros e a participação em alguns encontros de formação de pessoas já formadas e atuantes nas áreas da saúde e atenção básica. Com as discussões de formação e articulação foi então encaminhado que ocorreria neste final de semestre o II Círculo de Saúde, visando a superação do primeiro encontro. Eis que tal objetivo não foi apenas visionário mas mais uma vez tornou-se concreto nas mãos dos estudantes. O encontro contou com a presença de mais de 50 pessoas dentre elas discentes renomados e especializados nas questões de saúde mental e saúde pública. O tema selecionado foi saúde mental do estudante, visando gerar um debate em cima das questões das condições reais de uma saúde mental estudantil englobando desde a estrutura universitária e o posicionamento dos docentes (em especial os de medicina) até a questão das grades curriculares e seus efeitos altamente maléficos em cima de uma rotina massante de estudos e embasada em relações de poder altamente difíceis de se romper. |Relações estas que foram em parte rompidas neste encontro do II círculo da saúde que foi realizado em uma das salas de capacitação do curso de enfermagem. Novamente, o “clima CAIS” não ficou de lado e todos sentaram-se em círculo: discentes e docentes, no chão, compartilhando nas mesmas canecas o chá oferecido pelo CAIS. Novamente optamos pela visualização de um vídeo (que dessa vez foi dividido em 3 partes) como disparador da discussão. No vídeo, houve a presença de professores, estudantes e técnicos administrativos comentando sua concepção sobre “saúde mental” e logo após as implicações que a universidade causa na sua própria saúde e na de seus colegas. A participação dos presentes foi em termos simples, maravilhosa. Professores e estudantes expuseram seus pontos de vista, debaterem e propuseram. Mais maravilhoso ainda foi estar presente em um espaço aonde a pauta não foi na linha “o mundo está uma merda, e agora?” mas sim no sentido “temos x, y e z. O que faremos HOJE, pra mudar isso?”. Devo sem medo ressaltar minha gratidão pela presença do professor do departamento de saúde pública Walter, que pela primeira vez me deu a chance de acreditar que o corpo discente não está perdido, mostrando clareza de que nem sempre a falta de um sucesso imediato é significado de fracasso mas sim sinal de uma construção contínua para o progresso de todo e qualquer movimento. A coordenadora de curso de Psicologia, infelizmente, cometeu mais uma vez o erro de criticar o CALPSi, coisa que os membros lá presentes não fizeram nem questão de responder, até porque a questão do Circuito Etílico da Psicologia, todos sabemos, mais promove saúde mental do estudante através da integração do que “alcoolismo” e uma visão deturpada de festas e bebidas para os calouros.
Em suma, jamais me arrependerei de um dia ter tomado a iniciativa de tornar-me parte do CAIS. Nem de ter doado parte do meu tempo e do que doarei para a realização de espaços de resistência e tomada de consciência para a realidade dentro da UFSC. O II círculo de saúde fechou mais uma vez com grande sucesso um semestre expondo contradições dentro da universidade. Desejo também meus parabéns ao grupo, que nesse semestre de 2010.1 finaliza 1 ano de atuação dentro da UFSC. Como diria “el Che”, “hasta la victoria, siempre”
Um abraço especial aos meus companheiros de saúde pública.
O que te faz levantar e viver cada dia?
Uôô... pergunta profunda não?
Eis que enquanto estava lendo um fórum virtual que frequento que normalmente aborda questões e filosofias masculinas me deparei com este questionamento.
Não minto, com certeza da natureza pensativa que tenho já devo ter parado diversas vezes pra pensar isso mas nunca concretizei em uma escrita. Eis que agora estou aqui escrevendo isso... o que diabos me faz continuar vivendo essa vida minha que considero maravilhosa?
O que eu sinto é que eu sei a respostas, mas não sei se conseguiria colocar ela em palavras e em uma linha de pensamento concreta, contínua. Normalmente consigo definir e enquadrar as coisas sem muita dificuldade... minha mente em um geral, pensa dessa maneira bem “quadrada” mas da qual não abro mão. Mas esse sentimento que vem em mim quando começo a pensar no que me faz levantar e viver cada dia eu sei o que é, e talvez se eu investigar ele consiga chegar numa resposta boa. O que eu sinto em mim quando essa pergunta me vêm em mente é uma palpitação forte no meu coração, um sentimento de ação, atividade, força e energia. Eu sinto uma enorme paixão quando faço esse tipo de reflexão. Essa paixão certamente é o combustível mais potencial que carrego dentro de mim porque é através dela que consigo toda e qualquer energia para seguir adiante com meus objetivos, mas isso comentarei mais a frente. Investigando isso, posso dizer que na minha vida existem duas coisas que geram em mim a paixão mais pura e quente de todas: estudar Psicologia e a atividade política/militância.
A Psicologia desde minha pré-adolescência pairava sobre minha mente junto com a filosofia a medida que ia me questionando e me interessando tanto pelos assuntos psicológicos/comportamentais quanto as questões da nossa vida: escolhas, emoções, pensamentos, aprendizagem... quando estou lendo e/ou discutindo algo realmente relacionado a isso este sentimento toma conta de mim e me fornece pura energia e força para pensar e acumular este tipo de conhecimento da melhor maneira possível. Expande minha cabeça, me faz bem e me faz sentir completo de certa maneira. Com exceção de uma ou outra aula cansativa e realmente desinteressante não demora muito para que eu seja tomado por esse sentimento gostoso ao qual me apego muito e passo a produzir diversas maneiras de elaboração de reflexão e posteriormente, conhecimento visando analisar a realidade com base nas teorias que aprendi.
A política também, em especial a militância me causa este tipo de sentimento de maneira inigualável junto com a psicologia. Quando paro para pensar no que acontece no mundo (o mundo de verdade e não ilusório de uma classe social privilegiada como a minha) e especialmente, quando paro e me vejo como parte da pequena parcela brasileira que teve acesso ao ensino superior sou tomado por este sentimento novamente. Me sinto vigorado, visionário... altamente estimulado. Sinto a força para fazer acontecer as mudanças e essa força ao mesmo tempo me guia para novamente adquirir o máximo de conhecimento possível e principalmente o que diabos farei com esse conhecimento pra definitivamente pensar e propor uma realidade NOVA para todos os outros seres humanos. O questionamento e a cobrança que me faço é (em berros dentro da minha cabeça) “QUE DIABOS VOCÊ PSICOLOGOZINHO DE MERDA VAI FAZER PRA MUDAR A VIDA E O QUE ESTÁ ERRADO? ALIÁS, TU TENS NOÇÃO DO QUE ESTÁ ERRADO? TEU CONHECIMENTO VAI SERVIR PRA QUE?”. A medida que este tipo de cobrança surge em minha mente a paixão me toma conta e me sinto confiante para seguir adiante, tomar minhas posições, analisar e dizer o que acho errado e pensar no que fazer. Durante minha participação em movimentos sociais esse sentimento novamente toma conta de mim e me fazia sentir uno não necessariamente com as pessoas, mas uno com a causa: a de uma melhora nas nossas vidas e na dos outros. Assistir documentários, ler sobre a sociedade... até mesmo caminhar na rua ou conversar com trabalhadores me faz pensar neste tipo de coisa, me faz sentir essa paixão, ânsia por uma atitude e vontade de fazer acontecer. A cobrança, de como cidadão e principalmente como ser humano, do que farei para retribuir não só esses que pagam minha formação mas a sociedade num geral que necessita de melhoras efetivas. Como o pensamento e certas ações desencadeiam nesta paixão a tomada de atitudes pra mim é essencial, portanto, logo me junto ao movimento estudantil para arranjar espaços de atuação.
O que me faz levantar pra viver é essencialmente paixão. Paixão pelo que eu faço, pelo que posso fazer. E é um ciclo interminável: cada livro que eu leio a chama acende-se mais e mais eu busco, cada questionamento que eu elaboro me motiva mais e mais eu penso/produzo, cada vivência me completa cada vez mais. Essa vontade, sede incessante de mudar e de saber. Além da certeza da morte posso dizer certamente que vou morrer sentindo isso e que vou viver eternamente neste estado. Estado este que me faz bem, pois acima de tudo confio no que sinto e confio nesta paixão que me guia, as vezes de maneira enfurecida, as vezes (raramente) com suavidade a alcançar meus objetivos custe o que custar. E enquanto vivo ela me completo a cada dia e é apenas por me sentir completo que a superação de todo e qualquer momento ruim se torna algo ínfimo e cada vez mais passageiro e superável .Portanto o que me faz viver é paixão: pelo que sinto, pelo que faço e especialmente pelo que posso e (pode ter certeza) VOU fazer.
Eis que enquanto estava lendo um fórum virtual que frequento que normalmente aborda questões e filosofias masculinas me deparei com este questionamento.
Não minto, com certeza da natureza pensativa que tenho já devo ter parado diversas vezes pra pensar isso mas nunca concretizei em uma escrita. Eis que agora estou aqui escrevendo isso... o que diabos me faz continuar vivendo essa vida minha que considero maravilhosa?
O que eu sinto é que eu sei a respostas, mas não sei se conseguiria colocar ela em palavras e em uma linha de pensamento concreta, contínua. Normalmente consigo definir e enquadrar as coisas sem muita dificuldade... minha mente em um geral, pensa dessa maneira bem “quadrada” mas da qual não abro mão. Mas esse sentimento que vem em mim quando começo a pensar no que me faz levantar e viver cada dia eu sei o que é, e talvez se eu investigar ele consiga chegar numa resposta boa. O que eu sinto em mim quando essa pergunta me vêm em mente é uma palpitação forte no meu coração, um sentimento de ação, atividade, força e energia. Eu sinto uma enorme paixão quando faço esse tipo de reflexão. Essa paixão certamente é o combustível mais potencial que carrego dentro de mim porque é através dela que consigo toda e qualquer energia para seguir adiante com meus objetivos, mas isso comentarei mais a frente. Investigando isso, posso dizer que na minha vida existem duas coisas que geram em mim a paixão mais pura e quente de todas: estudar Psicologia e a atividade política/militância.
A Psicologia desde minha pré-adolescência pairava sobre minha mente junto com a filosofia a medida que ia me questionando e me interessando tanto pelos assuntos psicológicos/comportamentais quanto as questões da nossa vida: escolhas, emoções, pensamentos, aprendizagem... quando estou lendo e/ou discutindo algo realmente relacionado a isso este sentimento toma conta de mim e me fornece pura energia e força para pensar e acumular este tipo de conhecimento da melhor maneira possível. Expande minha cabeça, me faz bem e me faz sentir completo de certa maneira. Com exceção de uma ou outra aula cansativa e realmente desinteressante não demora muito para que eu seja tomado por esse sentimento gostoso ao qual me apego muito e passo a produzir diversas maneiras de elaboração de reflexão e posteriormente, conhecimento visando analisar a realidade com base nas teorias que aprendi.
A política também, em especial a militância me causa este tipo de sentimento de maneira inigualável junto com a psicologia. Quando paro para pensar no que acontece no mundo (o mundo de verdade e não ilusório de uma classe social privilegiada como a minha) e especialmente, quando paro e me vejo como parte da pequena parcela brasileira que teve acesso ao ensino superior sou tomado por este sentimento novamente. Me sinto vigorado, visionário... altamente estimulado. Sinto a força para fazer acontecer as mudanças e essa força ao mesmo tempo me guia para novamente adquirir o máximo de conhecimento possível e principalmente o que diabos farei com esse conhecimento pra definitivamente pensar e propor uma realidade NOVA para todos os outros seres humanos. O questionamento e a cobrança que me faço é (em berros dentro da minha cabeça) “QUE DIABOS VOCÊ PSICOLOGOZINHO DE MERDA VAI FAZER PRA MUDAR A VIDA E O QUE ESTÁ ERRADO? ALIÁS, TU TENS NOÇÃO DO QUE ESTÁ ERRADO? TEU CONHECIMENTO VAI SERVIR PRA QUE?”. A medida que este tipo de cobrança surge em minha mente a paixão me toma conta e me sinto confiante para seguir adiante, tomar minhas posições, analisar e dizer o que acho errado e pensar no que fazer. Durante minha participação em movimentos sociais esse sentimento novamente toma conta de mim e me fazia sentir uno não necessariamente com as pessoas, mas uno com a causa: a de uma melhora nas nossas vidas e na dos outros. Assistir documentários, ler sobre a sociedade... até mesmo caminhar na rua ou conversar com trabalhadores me faz pensar neste tipo de coisa, me faz sentir essa paixão, ânsia por uma atitude e vontade de fazer acontecer. A cobrança, de como cidadão e principalmente como ser humano, do que farei para retribuir não só esses que pagam minha formação mas a sociedade num geral que necessita de melhoras efetivas. Como o pensamento e certas ações desencadeiam nesta paixão a tomada de atitudes pra mim é essencial, portanto, logo me junto ao movimento estudantil para arranjar espaços de atuação.
O que me faz levantar pra viver é essencialmente paixão. Paixão pelo que eu faço, pelo que posso fazer. E é um ciclo interminável: cada livro que eu leio a chama acende-se mais e mais eu busco, cada questionamento que eu elaboro me motiva mais e mais eu penso/produzo, cada vivência me completa cada vez mais. Essa vontade, sede incessante de mudar e de saber. Além da certeza da morte posso dizer certamente que vou morrer sentindo isso e que vou viver eternamente neste estado. Estado este que me faz bem, pois acima de tudo confio no que sinto e confio nesta paixão que me guia, as vezes de maneira enfurecida, as vezes (raramente) com suavidade a alcançar meus objetivos custe o que custar. E enquanto vivo ela me completo a cada dia e é apenas por me sentir completo que a superação de todo e qualquer momento ruim se torna algo ínfimo e cada vez mais passageiro e superável .Portanto o que me faz viver é paixão: pelo que sinto, pelo que faço e especialmente pelo que posso e (pode ter certeza) VOU fazer.
Terapeutas da Alegria e Saúde
Sobre o Grupo terapeutas da Alegria
Há algum tempo atrás assisti um filme chamado “Patch Adams, o amor é contagiante”. Acredito que você que está lendo provavelmente também já assitiu, ou, no mínimo, já ouviu falar sobre. Trata da história de um famoso médico americano que tentou trazer para dentro da sua profissão a humanização da saúde e de seus pacientes no hospital. Para isso, Patch vestia-se de palhaço e saía fazendo brincadeiras com as pessoas do hospital; perguntava nome de pacientes; falava com eles sobre suas vidas e os amava, coisa que dentro de um hospital sabemos que é difícil vermos.
Quando assisti esse filme já tinha certo interesse pela área da saúde, em especial a saúde mental. Sempre acreditei que nossa felicidade atua diretamente na nossa saúde... pra não dizer que é parte dela indo muito além da necessidade da doença para que possamos dizer “estou doente” ou “estou saudável”. Outra coisa que sempre acreditei foi a força das emoções nas nossas decisões e acima de tudo no nosso bem-estar. Alegria, tristeza... tudo anda junto quando se trata de estarmos realmente saudáveis ou não. O fato de pessoas se vestirem de palhaços e visitarem hospitais sempre me chamou atenção de uma maneira positiva. Entendo o quanto momentos de risada e felicidade nos fazem refletir melhor sobre nossas situações e o quanto podemos abrir brecha para novas idéias, pensamentos e possibilidades de perspectivas, coisa que quando nos encontramos em um hospital a mercê ou não de uma cirurgia que pode mexer com nossas vidas não conseguimos, ou nos limitamos devido a condição emocional e até mesmo física de estarmos um local pequeno e fechado, cercado muitas vezes da mesma tristeza, angústia ou ansiedade. A força que momentos de felicidade nos dá para expandirmos nossa mente vai além do mensurável, acredito eu. Exemplos em nossas vidas não nos faltam para recobrarmos memórias de como diante de fazermos escolhas importantes os momentos em que mais sentimos leveza e segurança para aceitarmos nossas decisões e escolhas mais íntimas se torna muito mais tranqüilo quando estamos nos sentindo bem dentro de nós. Não só isso, conseguimos pensar e criar muitas coisas quando estamos vivenciando um momento de bem-estar e tranqüilidade. Entendendo portanto, que ao propiciar as pessoas ao meu redor esta segurança e alegria pode muito bem desencadear em bem-estar e em muitos casos, esperança de uma outra perspectiva totalmente nova de enxergar o agora preciso não só dizer que louvo a importância de grupos de humanização dentro dos hospitais como também parabenizo toda e qualquer iniciativa dos mesmos. Ao mesmo tempo, repudio toda e qualquer situação aonde profissionais da saúde se dêem o “luxo” de se colocarem acima ou sobre todo e qualquer ser humano que vá buscar sua ajuda, em especial estes que praticamente se masturbam com a idéia de serem doutores perante os “pobres coitados” que necessitam de seu conhecimento para estarem bem. Adiante...
Enquanto conversava com colegas de graduação fiquei sabendo da existência de um grupo denominado “Terapeutas da Alegria” que fazia este tipo de trabalho em Florianópolis. Recebi muitos comentários extremamente positivos sobre o grupo. Pelo que soube uma vez por ano ocorria o “recrutamento” aonde se faziam 6 meses de aulas com diversas dinâmicas cênicas visando a perda da timidez e também abertura ao toque e contato e depois mais 6 meses de visitas hospitalares, já com seu personagem para então “formar-se’ como um terapeuta da alegria. Não demorou e não foram necessários muitos esforços para que me sentisse altamente seduzido pelo grupo. Na época, já entendendo a humanização como parte da saúde como mencionei acima e também participando do Coletivo Acadêmico Interdisciplinar da Saúde percebi que tal grupo seria imprescindível para que eu realmente vivesse uma graduação interessante e acima de tudo pudesse vivenciar realidades diferentes, as quais poderiam com certeza me trazer diversos subsídios para toda e qualquer reflexão como futuro psicólogo e acadêmico de uma universidade. Ao término do semestre já passei então a manter-me informado sobre quando abririam as inscrições para o grupo. Ao início deste semestre de 2010.1 tive então a oportunidade maravilhosa de poder ingressar no grupo dos terapeutas da alegria. Ambiente aonde fico cercado de pessoas com as mesmas perspectivas e sede de vivenciar o que eu também gostaria. Não estão presentes apenas pessoas dos cursos da saúde mas de muitos outros também. O desejo de levar o bem-estar ao outro é evidente e estampado em todo o grupo. Durantes nossas vivências compartilhamos experiências muito boas de abertura para com o outro. Sempre que fazemos nossas brincadeiras (porque é o que fazemos: nós brincamos, coisa que deixamos de fazer de verdade a muito tempo posso admitir0 forma-se um ambiente de muita descontração e felicidade... essencial para nossas visitas. Tive a oportunidade de participar das visitas como observador. Como bom “definidor de coisas” que sou e como gosto de resumir as coisas, diria que em uma palavra viver isso é MÁGICO. Entrar no hospital infantil observando meus colegas veteranos de terapeutas encarnando seus personagens e se relacionando com todas as pessoas lá dentro, de funcionários até pais/mães e pacientes causou-me grande regojizo. Enquanto observava as interações via como o clima lá dentro se tornava diferente. Tensões eram desfeitas, sorrisos apareciam em rostos já caídos de tanta preocupação. Momentos de alegria, os quais anteriormente mencionei, essenciais para podermos enxergar além daquele quarto ou do que será da cirurgia amanhã, um espaço de liberdade da nossa mente. Confesso que emocionei-me profundamente com a visita. Confesso também que entristeci-me com a equipe que enquanto passava nos quartos teve a (in)felicidade de bater com a visita dos terapeutas. Médicos e enfermeiras meio carrancudas, entrando apenas para marcar em suas pranchetas dados das pessoas e indo embora. O contraste entre um grupo e outro era explícito.
Não estive presente nas duas últimas reuniões do grupo, mas já tenho uma idéia pré-formada do meu futuro doutor. Não vou expor aqui (hah) mas certamente assim que o tiver concretizado e vivido, irei dividir aqui minhas futuras experiências dentro deste grupo maravilhoso. Novamente parabenizo n ao só esta iniciativa mas também todas as outras que surgem ao redor do mundo, movimentos que nos façam pensar realmente e entendem a saúde como um todo e não como presença ou ausência de uma patologia.
Há algum tempo atrás assisti um filme chamado “Patch Adams, o amor é contagiante”. Acredito que você que está lendo provavelmente também já assitiu, ou, no mínimo, já ouviu falar sobre. Trata da história de um famoso médico americano que tentou trazer para dentro da sua profissão a humanização da saúde e de seus pacientes no hospital. Para isso, Patch vestia-se de palhaço e saía fazendo brincadeiras com as pessoas do hospital; perguntava nome de pacientes; falava com eles sobre suas vidas e os amava, coisa que dentro de um hospital sabemos que é difícil vermos.
Quando assisti esse filme já tinha certo interesse pela área da saúde, em especial a saúde mental. Sempre acreditei que nossa felicidade atua diretamente na nossa saúde... pra não dizer que é parte dela indo muito além da necessidade da doença para que possamos dizer “estou doente” ou “estou saudável”. Outra coisa que sempre acreditei foi a força das emoções nas nossas decisões e acima de tudo no nosso bem-estar. Alegria, tristeza... tudo anda junto quando se trata de estarmos realmente saudáveis ou não. O fato de pessoas se vestirem de palhaços e visitarem hospitais sempre me chamou atenção de uma maneira positiva. Entendo o quanto momentos de risada e felicidade nos fazem refletir melhor sobre nossas situações e o quanto podemos abrir brecha para novas idéias, pensamentos e possibilidades de perspectivas, coisa que quando nos encontramos em um hospital a mercê ou não de uma cirurgia que pode mexer com nossas vidas não conseguimos, ou nos limitamos devido a condição emocional e até mesmo física de estarmos um local pequeno e fechado, cercado muitas vezes da mesma tristeza, angústia ou ansiedade. A força que momentos de felicidade nos dá para expandirmos nossa mente vai além do mensurável, acredito eu. Exemplos em nossas vidas não nos faltam para recobrarmos memórias de como diante de fazermos escolhas importantes os momentos em que mais sentimos leveza e segurança para aceitarmos nossas decisões e escolhas mais íntimas se torna muito mais tranqüilo quando estamos nos sentindo bem dentro de nós. Não só isso, conseguimos pensar e criar muitas coisas quando estamos vivenciando um momento de bem-estar e tranqüilidade. Entendendo portanto, que ao propiciar as pessoas ao meu redor esta segurança e alegria pode muito bem desencadear em bem-estar e em muitos casos, esperança de uma outra perspectiva totalmente nova de enxergar o agora preciso não só dizer que louvo a importância de grupos de humanização dentro dos hospitais como também parabenizo toda e qualquer iniciativa dos mesmos. Ao mesmo tempo, repudio toda e qualquer situação aonde profissionais da saúde se dêem o “luxo” de se colocarem acima ou sobre todo e qualquer ser humano que vá buscar sua ajuda, em especial estes que praticamente se masturbam com a idéia de serem doutores perante os “pobres coitados” que necessitam de seu conhecimento para estarem bem. Adiante...
Enquanto conversava com colegas de graduação fiquei sabendo da existência de um grupo denominado “Terapeutas da Alegria” que fazia este tipo de trabalho em Florianópolis. Recebi muitos comentários extremamente positivos sobre o grupo. Pelo que soube uma vez por ano ocorria o “recrutamento” aonde se faziam 6 meses de aulas com diversas dinâmicas cênicas visando a perda da timidez e também abertura ao toque e contato e depois mais 6 meses de visitas hospitalares, já com seu personagem para então “formar-se’ como um terapeuta da alegria. Não demorou e não foram necessários muitos esforços para que me sentisse altamente seduzido pelo grupo. Na época, já entendendo a humanização como parte da saúde como mencionei acima e também participando do Coletivo Acadêmico Interdisciplinar da Saúde percebi que tal grupo seria imprescindível para que eu realmente vivesse uma graduação interessante e acima de tudo pudesse vivenciar realidades diferentes, as quais poderiam com certeza me trazer diversos subsídios para toda e qualquer reflexão como futuro psicólogo e acadêmico de uma universidade. Ao término do semestre já passei então a manter-me informado sobre quando abririam as inscrições para o grupo. Ao início deste semestre de 2010.1 tive então a oportunidade maravilhosa de poder ingressar no grupo dos terapeutas da alegria. Ambiente aonde fico cercado de pessoas com as mesmas perspectivas e sede de vivenciar o que eu também gostaria. Não estão presentes apenas pessoas dos cursos da saúde mas de muitos outros também. O desejo de levar o bem-estar ao outro é evidente e estampado em todo o grupo. Durantes nossas vivências compartilhamos experiências muito boas de abertura para com o outro. Sempre que fazemos nossas brincadeiras (porque é o que fazemos: nós brincamos, coisa que deixamos de fazer de verdade a muito tempo posso admitir0 forma-se um ambiente de muita descontração e felicidade... essencial para nossas visitas. Tive a oportunidade de participar das visitas como observador. Como bom “definidor de coisas” que sou e como gosto de resumir as coisas, diria que em uma palavra viver isso é MÁGICO. Entrar no hospital infantil observando meus colegas veteranos de terapeutas encarnando seus personagens e se relacionando com todas as pessoas lá dentro, de funcionários até pais/mães e pacientes causou-me grande regojizo. Enquanto observava as interações via como o clima lá dentro se tornava diferente. Tensões eram desfeitas, sorrisos apareciam em rostos já caídos de tanta preocupação. Momentos de alegria, os quais anteriormente mencionei, essenciais para podermos enxergar além daquele quarto ou do que será da cirurgia amanhã, um espaço de liberdade da nossa mente. Confesso que emocionei-me profundamente com a visita. Confesso também que entristeci-me com a equipe que enquanto passava nos quartos teve a (in)felicidade de bater com a visita dos terapeutas. Médicos e enfermeiras meio carrancudas, entrando apenas para marcar em suas pranchetas dados das pessoas e indo embora. O contraste entre um grupo e outro era explícito.
Não estive presente nas duas últimas reuniões do grupo, mas já tenho uma idéia pré-formada do meu futuro doutor. Não vou expor aqui (hah) mas certamente assim que o tiver concretizado e vivido, irei dividir aqui minhas futuras experiências dentro deste grupo maravilhoso. Novamente parabenizo n ao só esta iniciativa mas também todas as outras que surgem ao redor do mundo, movimentos que nos façam pensar realmente e entendem a saúde como um todo e não como presença ou ausência de uma patologia.
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