Terapeutas da Alegria e Saúde

Sobre o Grupo terapeutas da Alegria

Há algum tempo atrás assisti um filme chamado “Patch Adams, o amor é contagiante”. Acredito que você que está lendo provavelmente também já assitiu, ou, no mínimo, já ouviu falar sobre. Trata da história de um famoso médico americano que tentou trazer para dentro da sua profissão a humanização da saúde e de seus pacientes no hospital. Para isso, Patch vestia-se de palhaço e saía fazendo brincadeiras com as pessoas do hospital; perguntava nome de pacientes; falava com eles sobre suas vidas e os amava, coisa que dentro de um hospital sabemos que é difícil vermos.

Quando assisti esse filme já tinha certo interesse pela área da saúde, em especial a saúde mental. Sempre acreditei que nossa felicidade atua diretamente na nossa saúde... pra não dizer que é parte dela indo muito além da necessidade da doença para que possamos dizer “estou doente” ou “estou saudável”. Outra coisa que sempre acreditei foi a força das emoções nas nossas decisões e acima de tudo no nosso bem-estar. Alegria, tristeza... tudo anda junto quando se trata de estarmos realmente saudáveis ou não. O fato de pessoas se vestirem de palhaços e visitarem hospitais sempre me chamou atenção de uma maneira positiva. Entendo o quanto momentos de risada e felicidade nos fazem refletir melhor sobre nossas situações e o quanto podemos abrir brecha para novas idéias, pensamentos e possibilidades de perspectivas, coisa que quando nos encontramos em um hospital a mercê ou não de uma cirurgia que pode mexer com nossas vidas não conseguimos, ou nos limitamos devido a condição emocional e até mesmo física de estarmos um local pequeno e fechado, cercado muitas vezes da mesma tristeza, angústia ou ansiedade. A força que momentos de felicidade nos dá para expandirmos nossa mente vai além do mensurável, acredito eu. Exemplos em nossas vidas não nos faltam para recobrarmos memórias de como diante de fazermos escolhas importantes os momentos em que mais sentimos leveza e segurança para aceitarmos nossas decisões e escolhas mais íntimas se torna muito mais tranqüilo quando estamos nos sentindo bem dentro de nós. Não só isso, conseguimos pensar e criar muitas coisas quando estamos vivenciando um momento de bem-estar e tranqüilidade. Entendendo portanto, que ao propiciar as pessoas ao meu redor esta segurança e alegria pode muito bem desencadear em bem-estar e em muitos casos, esperança de uma outra perspectiva totalmente nova de enxergar o agora preciso não só dizer que louvo a importância de grupos de humanização dentro dos hospitais como também parabenizo toda e qualquer iniciativa dos mesmos. Ao mesmo tempo, repudio toda e qualquer situação aonde profissionais da saúde se dêem o “luxo” de se colocarem acima ou sobre todo e qualquer ser humano que vá buscar sua ajuda, em especial estes que praticamente se masturbam com a idéia de serem doutores perante os “pobres coitados” que necessitam de seu conhecimento para estarem bem. Adiante...

Enquanto conversava com colegas de graduação fiquei sabendo da existência de um grupo denominado “Terapeutas da Alegria” que fazia este tipo de trabalho em Florianópolis. Recebi muitos comentários extremamente positivos sobre o grupo. Pelo que soube uma vez por ano ocorria o “recrutamento” aonde se faziam 6 meses de aulas com diversas dinâmicas cênicas visando a perda da timidez e também abertura ao toque e contato e depois mais 6 meses de visitas hospitalares, já com seu personagem para então “formar-se’ como um terapeuta da alegria. Não demorou e não foram necessários muitos esforços para que me sentisse altamente seduzido pelo grupo. Na época, já entendendo a humanização como parte da saúde como mencionei acima e também participando do Coletivo Acadêmico Interdisciplinar da Saúde percebi que tal grupo seria imprescindível para que eu realmente vivesse uma graduação interessante e acima de tudo pudesse vivenciar realidades diferentes, as quais poderiam com certeza me trazer diversos subsídios para toda e qualquer reflexão como futuro psicólogo e acadêmico de uma universidade. Ao término do semestre já passei então a manter-me informado sobre quando abririam as inscrições para o grupo. Ao início deste semestre de 2010.1 tive então a oportunidade maravilhosa de poder ingressar no grupo dos terapeutas da alegria. Ambiente aonde fico cercado de pessoas com as mesmas perspectivas e sede de vivenciar o que eu também gostaria. Não estão presentes apenas pessoas dos cursos da saúde mas de muitos outros também. O desejo de levar o bem-estar ao outro é evidente e estampado em todo o grupo. Durantes nossas vivências compartilhamos experiências muito boas de abertura para com o outro. Sempre que fazemos nossas brincadeiras (porque é o que fazemos: nós brincamos, coisa que deixamos de fazer de verdade a muito tempo posso admitir0 forma-se um ambiente de muita descontração e felicidade... essencial para nossas visitas. Tive a oportunidade de participar das visitas como observador. Como bom “definidor de coisas” que sou e como gosto de resumir as coisas, diria que em uma palavra viver isso é MÁGICO. Entrar no hospital infantil observando meus colegas veteranos de terapeutas encarnando seus personagens e se relacionando com todas as pessoas lá dentro, de funcionários até pais/mães e pacientes causou-me grande regojizo. Enquanto observava as interações via como o clima lá dentro se tornava diferente. Tensões eram desfeitas, sorrisos apareciam em rostos já caídos de tanta preocupação. Momentos de alegria, os quais anteriormente mencionei, essenciais para podermos enxergar além daquele quarto ou do que será da cirurgia amanhã, um espaço de liberdade da nossa mente. Confesso que emocionei-me profundamente com a visita. Confesso também que entristeci-me com a equipe que enquanto passava nos quartos teve a (in)felicidade de bater com a visita dos terapeutas. Médicos e enfermeiras meio carrancudas, entrando apenas para marcar em suas pranchetas dados das pessoas e indo embora. O contraste entre um grupo e outro era explícito.

Não estive presente nas duas últimas reuniões do grupo, mas já tenho uma idéia pré-formada do meu futuro doutor. Não vou expor aqui (hah) mas certamente assim que o tiver concretizado e vivido, irei dividir aqui minhas futuras experiências dentro deste grupo maravilhoso. Novamente parabenizo n ao só esta iniciativa mas também todas as outras que surgem ao redor do mundo, movimentos que nos façam pensar realmente e entendem a saúde como um todo e não como presença ou ausência de uma patologia.

3 comentários:

  1. Recomendo vc assistir a entrevista que o Patch deu pro Roda Viva. Tem no YouTube. É MUITO boa.

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  2. Ehhh isso ai Léo....entrevista irada!!!!

    Pooooo Bagé!!!! curti mtu, não soh esse post mas os outros também. Estou lendo eles aos poucos, mas me interessou demais.

    Acho que vc jah viu nos meus emails, mas se não viu, eu escrevo para um site: http://wellnessclub.com.br/rede/members/gustavotanus
    Acho que a gente poderia fzer um jogo de discussões, tip vc postando aqui no seu blog e eu postando como uma resposta para as suas idéias no site. Acho que seria interessante!!!
    uhauhuahauh

    Abraçosssss

    e vamos filosofar sobre educação, saúde, vida e viver, esse eh o impulso real do mundo!!!

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