Nada mais terapêutico do que identificar-se na arte:
Acabou a peça
Acabou a peça. Cometeu-se o espetáculo. Lentamente
Esvazia-se o teatro, um intestino relaxado. Nos camarins
Os ágeis vendedores de mímica improvisada e retórica
rançosa
Lavam o suor e a maquiagem. Finalmente
Apagam-se as luzes que puseram à vista o triste trabalho, e
Deixam na penumbra o belo vazio do palco maltratado.
Na platéia sem espectadores, ainda com leves aromas
Senta-se o pobre autor de peças, e insaciado procura
Lembrar-se.
Bertold Brecht
Após a leitura, eu me pergunto: Até quando será insaciável esse movimento de lembrar-se, celebrar a peça passada e escrever uma nova, apenas para - novamente- lembrar-se?
Meu consolo está em saber que nossa própria dinâmica mental incorpora tal funcionamento e portanto não há nada mais humano que isso.
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